Pagar ou não pagar, esta é a questão
A opção dos que utilizam software livre e dos que utilizam software proprietário não é apenas uma opção tecnológica ou ideológica, mas tem relação com o desenvolvimento do país. A possibilidade de utilização de software livre, além de impulsionar a economia, representa o exercício da cidadania e facilita programas de inclusão digital.
A vigilância e a punição sobre aqueles que copiam, reproduzem ou modificam produtos de mídia, como CD’s, livros digitais e softwares, cuja matéria-prima é a informação ou o conhecimento, são severas. Agora proliferam defensores de sistemas colaborativos de produção de conhecimento. A vantagem já é sentida no bolso dos empresários, pois, ao contrário do software proprietário, desenvolvido por empresas privadas como a Microsoft, o software democrático, colaborativo ou livre, não custa nada ( 76% das empresas, segundo o Ministério da Cultura de 2007, utilizam software aberto). Um notebook, por exemplo, que, ao invés do Windows, traz como sistema operacional o Linux, software livre, custa 40% mais barato. Tudo isso representa mais combustível para aquecer a economia do país.
O software livre, cujo código fonte é aberto, permite que o usuário faça adequações aos mais diversos usos. A utilização de software colaborativa é mais rápida do que do software proprietário, ou privado, pois não há nova versão. Mas a questão não é só tecnológica. A concepção de que um software pode ser atualizado, modificado e melhorado pelo próprio usuário coaduna com a perspectiva de que o produto do processo educacional é um cidadão que seja autor e produtor do conhecimento e não meramente consumidor de produtos ou informações, alavanca do capitalismo. A Universidade Federal da Bahia (UFBA), por exemplo, possui o projeto “Tabuleiro Digital”, fundado pelo professor Nelson Pretto, em que a comunidade tem acesso à internet graças ao software livre, de custo zero.
Um computador sem internet perde todo sentido no mundo globalizado. Um indivíduo sem acesso a ela está excluído da sociedade informacional, não podendo agir como cidadão no mundo. Para que serve um computador desconectado? Para nada. A não ser reforçar a ideia da exclusão digital, e por que não dizer social. Nesse sentido, softwares livres proporcionariam computadores conectados, pois os usuários teriam mais acesso aos aplicativos, softwares a custo zero. Uma licença do Windows 7 custa, aproximadamente, R$ 300, 00, fora outros aplicativos. Não há dúvida de que a ideia de softwares abertos à intervenção dos usuários representa uma poderosa ferramenta a favor da inclusão digital.
O desenvolvimento e a utilização cada vez maior do software livre, principalmente, nas sociedades emergentes, representariam um sentimento libertador na democratização da informação. A possibilidade crescente de acesso à softwares desse tipo, traria mais justiça social, mais integração do indivíduo com o mundo e menos desigualdade em relação ao acesso às tecnologias de informação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário