quinta-feira, 24 de março de 2011

PRODUÇÃO DE TEXTO IV



Vale a pena ressaltar que a concisão no qual o pensamento precisa ser expresso com o mínimo de palavras demonstra que algumas ideias são desnecessárias não fazendo nenhuma falta na hora da comunicação argumentativa. Longas explicações só tornam o texto cansativo para o leitor. Algumas pessoas se iludem ao escrever muito pensando que estão argumentando. Outro aspecto é a clareza. Não escrevemos somente para nós mesmos. Escrevemos para um leitor crítico que não deve precisar ler duas vezes para entender o que está escrito. Períodos longos e ambiguidade são grandes inimigos da clareza.

Há também um folclore em torno da precisão. Usar um vocabulário prolixo só tende a prejudicar o texto. O léxico deve ser valorizado pela sua expressividade e não por clichês que tornam a argumentação confusa e insignificante. Conhecer o significado de cada vocábulo faz parte de um autor maturo e que tem domínio pelo assunto que pretende abordar. Agostinho Dias Carneiro em seu livro Redação em Construção enumera exemplos importantes para uma argumentação. Para ele falácias, generalizações excessivas, deduções falsas, estatísticas tendenciosas e argumentos autoritários só enfraquecem o texto. Com certeza, somente a verdade seja um argumento concreto.

Padre Antônio Vieira aborda que a qualidade unidade é um dos recursos mais importantes na argumentação, já que, um texto dispersivo cheio de informações desencontradas não é compreendido por ninguém. Ele também faz um comentário da importância de citações de outros textos que chama de argumento de autoridade. Platão e Fiorin também comenta em seu livro Lições de Texto: leitura e redação sobre alguns recursos linguísticos usados com a finalidade de convencer. Um deles é o argumento de autoridade já citado. Trata-se da comprovação de que o autor ou o falante conhece bem o assunto que está sendo abordado. Outros recursos ou qualidades como argumentos baseados em provas concretas e raciocínio lógico não devem ser ignorados. Podemos observar tais qualidades em editoriais e redações escolares. Afinal, bem sabemos que todo texto apresenta intertextualidade. A reescritura faz parte de tentar buscar o melhor no texto argumentativo.

A argumentação é a exposição de recursos com o objetivo de fazer o texto ser ou parecer verdadeiro. Para finalizar essas qualidades não podemos esquecer que Ingedore Villaça diz “que a coerência teria a ver com a boa formação do texto. Portanto, a coerência é algo que se estabelece na interação, na interlocução numa situação comunicativa entre dois usuários”. Paralelamente ao conceito de coerência encontramos a coesão. “A coesão é explicitamente revelada através de marcas linguísticas”. Manifesta-se na organização da sequência do texto argumentativo. É a relação entre um elemento do texto e um outro elemento. Isso é fundamental para uma interpretação. Depende desses articuladores ou conectorescomo chamam alguns estudiosos a compreensão do qual o texto pretende atingir. Sempre que se pensa em coerência logo se pensa em coesão.Para Marcuschi (1983), “a coesão é a estrutura da sequência de um texto, como uma organização linear”. Diante das qualidades nos situamos de forma não pejorativa em comentar alguns defeitos do texto argumentativo.

Por: Luci Mary

FONTE: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno07-14.html

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