sábado, 26 de março de 2011

Propaganda do Curso de Produção de Textos


OBJETIVO DO CURSO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS:

FORMAR ESCRITORES COM DOMÍNIO LINGUÍSTICO-TEXTUAL QUE PERMITA CONCORRER A QUALQUER CURSO DE NÍVEL SUPERIOR COM NOTA ALTA EM REDAÇÃO!

Se o aluno-concorrente conquistar uma nota acima de 9,0, em Redação, no Enem ou Vestibulares; ele poderá obter uma nota final (que reúne todas as áreas) alta, e a Redação, certamente, terá contribuído para esse resultado.

Portanto, aprender a escrever os gêneros textuais cobrados, nessas avaliações, é crucial para quem enfrentará uma concorrência cuja nota de corte será alta. Quanto mais concorridos os cursos, mais alta será a nota de corte!

Nesse Curso de Produção de Texto, portanto, não há outra preocupação A NÃO SER FORMAR ESCRITORES COMPETENTES, capazes de concorrer a uma nota de corte alta!!!!!!!!!!


DIFERENCIAL DO CURSO:

Trata-se de uma proposta primorosa na arte de escrever, diferente do que acontece na maioria dos cursos, nessa área, oferecidos no Ensino Médio. Há, de início, a vantagem de as professoras estarem com o olhar voltado apenas para essa arte. Peculiar, ainda, porque une duas professoras com ampla experiência na área de Produção de Textos; preocupadas em formar escritores, não repetidores de modelos prontos apenas.

Por essa razão, haverá pesado investimento em leitura (ampliação do léxico e domínio de assuntos diversos), no domínio da norma culta da língua, domínio das estruturas dos gêneros textuais em estudo, usos dos recursos que supervalorizam os textos cobrados nessas avaliações; construção de um estilo individual, capaz de apresentar marcas de autoria.


CURRÍCULO DAS MINISTRANTES DO CURSO:

DEUSDÉLIA PEREIRA DE ALMEIDA: 

Licenciada em Letras – Habilitação Português/Literaturas (FAED: São Paulo – SP); Mestre  em Estudos de Linguagens, área de concentração  em Linguística e Semiótica pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); experiência na área de letras e literaturas (16 anos): redação (ensino e revisão de manuais ou livros impressos, apostilados didáticos – consultoria da editora CPB); ensino: Linguística, Língua Portuguesa (geral), Linguagem Jurídica, Prática de Ensino, Estágio Supervisionado, Sociolinguística, Produção de Textos (16 anos); escritora de livros e manuais de linguística (EaD), palestrante, capacitadora de professores (rede pública e particular), coordenação de projetos e eventos culturais, blogueira, entre outros. Palestrante na área de educação; tendo cinco livros publicados.

EVA DE MERCEDES GOMES: 

Licenciada em Letras – Habilitação Português/Literaturas (FUCMT); Mestre em Estudos de Linguagens, área de concentração em Linguística e Semiótica, pela UFMS; Especialista em Gestão Avançada de Recursos Humanos/UCDB; Especialista em Avaliação Institucional/UnB; Professora de Língua Portuguesa, na EaD/UFMS - Curso de Letras - Habilitação Português/Espanhol, disciplina Língua Portuguesa I, Municípios: Rio Brilhante/MS; Camapuã/MS; Apiaí/SP – 2008; Professor colaborador na UFMS, Curso de Letras - Habilitação Português/Espanhol, disciplinas Literatura I e II, período de 2003/2005; .Assessoria e Consultoria em Redação Científica; Elaboração e gerenciamento de projetos acadêmicos e outros; Revisão gramatical em trabalhos científicos (monografias, dissertações, teses); Participante da equipe de correção de produção de textos das avaliações de desempenho escolar realizadas pela FAPEC-Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura - Campo Grande/MS; Ministrou aulas de Língua Portuguesa e Produção de Textos no curso profissionalizante (Técnico de Laboratório, Auxiliar de Laboratório, Manipulação de Medicamentos) do Departamento de Biologia - UFMS, 2000-2008; Ministrou cursos de Revisão Gramatical para Concursos, SESC-2000-2002; Curso de Capacitação para Técnicos Administrativos da UFMS (Rotinas Administrativas e Produção de Textos) - 1997-2000. Campus de Campo Grande/MS e interior do Estado de MS. Revisora da Revista Papéis – do PPGMEL/UFMS; Revisora do material pedagógico da EaD/UFMS; Capacitadora/Formadora de professores alfabetizadores e do Ensino Fundamental I e II (rede pública); palestrante na área de educação; tendo cinco livros publicados.

CONTEÚDO PROGRAMADO:

MÓDULO 1
1. Tipos e gêneros textuais.
2. O gênero argumentativo: aspectos gerais.
3. Interpretação do tema.
4. A elaboração de um projeto de texto dissertativo.
5. O primeiro parágrafo dissertativo (Introdução).
6. Tipos de argumentação (Desenvolvimento).
7. Conclusão na dissertação.
8. Aspectos linguísticos:
    -  A concordância verbal e nominal.
    - A regência verbal e nominal.
    - Aspectos pontuais observados (textos dos alunos).

MÓDULO 2
1. Dissertação 01: argumentação por exemplificação.
2. Dissertação 02: argumentação por enumeração de causa e consequência.
3. Dissertação 03: argumentação por comparação.
4. Dissertação 04: argumentação por ordem cronológica.
5. Dissertação 05: argumentação por análise crítica/refutação.
6. Aspectos linguísticos:
    - Acentuação gráfica.
    - Pontuação.
    - Aspectos pontuais observados (textos dos alunos).

MÓDULO 3
1. A dissertação em primeira e terceira pessoa.
2. Coesão e coerência.
3. Problemas de argumentação.
4. A carta argumentativa.
5. A campanha publicitária.
6. O artigo de opinião.
7. Juízo de fato e juízo de valor.
8. Aspectos linguísticos:
    - A nova ortografia.
    - Aspectos pontuais observados (textos dos alunos).

MÓDULO 4
1. O texto persuasivo.
2. A descrição.
3. O texto expositivo.
4. O Resumo.
5. O texto jornalístico.
6. A narração: estrutura.
7. Aspectos linguísticos pontuais observados nos textos dos alunos.
    

INFORMAÇÕES GERAIS:

O Curso de Produção de Textos será ministrado em quatro módulos.

Número de aulas: 4 semanais

Dias da semana: segunda e quarta-feira.

Horário fixo: 17h30min às 19h.

Início: dia 04 (quatro) de abril de 2011

Local da inscrição: Cursinho Morenão (em frente ao Terminal Morenão).


Número de vagas: limitado.

Contato: (67) 81221300
              (67) 33426518

Local do Curso: Cursinho Morenão (em frente ao Terminal Morenão).

OBSERVAÇÃO: Serão ministradas 3 aulas semanais, em dois horários (as professoras estarão no local para atender os alunos que tiverem problemas com o horário fixo):

1º Segunda feira: 16h às 19h (estaremos atendendo alunos a partir desse horário).

    - Primeiro momento: sanar dúvidas individuais (16h às 17h).
    - Segundo Momento: Proposta de produção textual.
    - Terceiro Momento: Teoria Textual

2º Quarta-feira: 17h30min às 19h.
    - Primeiro momento: conclusão de texto.
    - Segundo Momento: Reescrita (quando houver);
    - Terceiro Momento: Teoria Textual.

OBS.: A ordem das atividades é flexível.


MATERIAL: será avulso, adquirido no local, pago pelo aluno (não ultrapassará R$ 5,00 semanalmente). 


INVESTIMENTO (valor do curso): 

R$ 60,00 por módulo (cada aluno).

OBS.: Cada módulo durará um mês, no máximo, duas a quatro aulas do mês seguinte.


Agradecemos a confiança de todos os que se inscreverem nesse curso!

                                                                                      Professoras: Eva e Delinha

DÚVIDAS: 

Fone: (67) 81490415

ou

Comentário.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A CRÔNICA ARGUMENTATIVA


Em 2010 postei material sobre  como se comporta, estruturalmente, o gênero crônica literária (ver dezembro 2010). 

A crônica argumentativa, todavia, em tempos recentes, tem conquistado espaço na produção de texto escolar. Por essa razão, reservei espaço para esse gênero.


A crônica é um gênero textual bastante evidenciado em jornais, escritos ou televisionados, e em revistas. Sua origem deriva-se do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo). Exatamente por este fator é que se deve o seu surgimento, pautado por um relato de acontecimentos históricos e registrados em ordem cronológica.

Só a partir do século XIX, retratada por um teor mais crítico, foi divulgada em jornais e folhetins, caracterizada por um texto que falava de maneira generalizada sobre os acontecimentos do dia a dia, adentrando posteriormente no campo da Literatura.

Uma de suas relevantes características se deve à ótica de como os detalhes são observados, pois o fato possibilita ao cronista relatar de forma individual e original os fatos sob diferentes ângulos.

A temática pela qual perpassa o gênero em questão costuma estar ligada a questões circunstanciais ligada ao cotidiano, como por exemplo, um flagrante na esquina, o comportamento de uma criança ou de um adulto, um incidente doméstico, dentre outros. Trata-se de um texto curto, geralmente com poucos personagens, no qual o tempo e o espaço são limitados.

Além da crônica narrativa, anteriormente mencionada, há uma modalidade mais moderna, a argumentativa, na qual o objetivo maior do cronista é relatar um ponto de vista diferente do que a maioria consegue enxergar.

Ele, usurfruindo-se do bom humor mesclado a toque sutil de ironia, aposta no intento de fazer com que as pessoas vejam por outra “face” aquilo que parece óbvio demais para ser observado.

Seu caráter discursivo gira em tono de uma realidade social, política ou cultural, onde esta realidade é verbalizada em forma de protesto ou de argumentação, quase sempre envolta por um tom até mesmo sarcástico, no intento de criticar as mazelas advindas da esfera social.

Desta forma, visando aprimorar nossos conhecimentos sobre o referido assunto, analisaremos alguns fragmentos da crônica intitulada Pré-Sal, de Antônio Prata:

Dizem que otimista é o cara que vê o copo meio cheio, enquanto pessimista é quem o enxerga meio vazio. A imagem é batida, mas vem a calhar, pois não é outro o tema desta crônica senão a água. Muita água. Trilhões de litros de H2O, que serão acrescidos aos oceanos nas próximas décadas, quando as calotas polares derreterem.

Os pessimistas, claro, só conseguem ver o lado ruim da mudança climática: a morte de milhões de pinguins, focas, leões marinhos, ursos polares e a extinção de algumas espécies desconhecidas; o alagamento de certas cidades litorâneas como Rio de Janeiro, Nova York, Xangai, Veneza, Barcelona e a perda de boa parte do patrimônio histórico e cultural da humanidade; o aumento de catástrofes naturais como tufões, furacões, dilúvios, enchentes e a desgraça humana decorrente desses aguaceiros. OK. O Rio é legal. As focas e a Piazza San Marco, também. Mas focar-se (sem trocadilho) apenas nos aspectos negativos da lambança climática impede-nos de perceber outros acontecimentos maravilhosos que se avizinham. Praia em São Paulo, por exemplo.

Claro que a tese ainda não é um consenso entre a comunidade científica. Alguns estudiosos, desses que só conseguem ver a parte vazia do copo, afirmam que, por mais que a gente queime todo o petróleo existente, o aumento do nível dos oceanos será apenas de alguns metros. Cientistas de ânimo mais solar, contudo, garantem que o que conhecemos como polo norte é, literalmente, apenas a ponta do iceberg e, se tudo der certo, antes de 2020, vai ter prédio na Berrini com vista pro mar.

Quanta coisa boa há de acontecer! Já pensou que belo cartão postal, a ponte estaiada com praia ao fundo? E seus filhos colhendo mexilhões nos pés do Borba Gato? Consigo ver, facilmente, a 23 de Maio tomada por ambulantes, vendendo óleo bronzeador, canga, Shhhhkol e Biscoito Globo. O Morumbi, com as casonas nas colinas, debruçadas sobre o mar, será a Beverly Hills paulistana. E nossos restaurantes, já tão afamados, o que não farão com peixes fresquinhos e frutos do mar, trazidos diretamente pela comunidade caiçara de Santo Amaro? O lago do Ibirapuera não teve sempre a vocação para ser a nossa Rodrigo de Freitas? E qual o sonho da Vila Nova Conceição, senão tornar-se a Barra da Tijuca?

Cruzemos os dedos, meus queridos paulistanos, pois muito em breve, quando as margens plácidas do Ipiranga ouvirem um estrondo, não será o brado retumbante de um povo heroico, mas o som das ondas quebrando na Avenida do Estado. E, nesse instante, o sol da liberdade, com seus raios fúlgidos, dourará os corpos estirados à beira mar. E ainda tem gente preocupada com o futuro. Tsc tsc...

Por Vânia Duarte

Graduada em Letras


Sobre esse  assunto vale a pena consultar (há vários exemplos): 

PRODUÇÃO DE TEXTO I


QUALIDADES E DEFEITOS DE UM TEXTO ARGUMENTATIVO


A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polêmico for o assunto em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode ocorrer desde o início quando se defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis e desfavoráveis posicionando-se apenas na conclusão. Agostinho dias Carneiro afirma que “argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro ligado à razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo”.

Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de argumentos por autoridade e provas concretas o texto começa a caminhar para uma direção coerente, precisa e persuasiva. Somente o fato pode fortalecer o texto argumentativo. Não podemos confundir fato e opinião. O fato é único e a opinião é variável. Por isso, quando ocorre generalização dizemos que houve um “erro de percurso”.

Como bem ministra Othon M. Garcia “na argumentação, além de dissertar, procuramos formar a opinião do leitor ou a do ouvinte, tentando convencê-lo de que a razão está conosco”, isto é, a verdade. Argumentar é, em última análise, convencer ou tentar convencer mediante a apresentação de razões em face da evidência das provas e à luz de um raciocínio lógico e consistente. Em muitas situações como discussões na imprensa, nas assembleias ou em conversas cotidianas a argumentação passa a ser um “bate-papo”. “Às vezes ocorrem insultos ou sarcasmos. Tudo isso não contribui para uma verdadeira argumentação. Pelo contrário, parece que faltou conhecimento de mundo que consiga defender o ponto de vista”.

Por: Luci Mary

FONTE: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno07-14.html



PRODUÇÃO DE TEXTO II


(Continuação)

Cabe ainda comentar que preconceitos e superstições também não colaboram com o texto argumentativo. Uma argumentação legítima precisa ser construtiva e crítica. Por isso que Othon M. Garcia baseia-se nos elementos da consistência do pensamento e da evidência dos fatos. Descartes considera a evidência como o critério da verdade. Porém, a argumentação informal só será considerada uma evidência se houver comprovação. Às vezes, conversas são apenas exposições narrativas e descritivas sem nenhuma preocupação com o real. Mesmo assim nos encontros informais há de qualquer forma uma pessoa tentando convencer outra. Dependendo do ponto de vista, isso pode ser uma argumentação mesmo sendo falaciosa.

Para que possamos focalizar os defeitos e as qualidades do texto argumentativo começaremos pelas qualidades passando em seguida para os defeitos. Partindo da premissa de que todo texto deve ter unidade, coerência e ênfase, analisaremos cada um desses recursos. Contudo, percebemos que não são os únicos, mas talvez os que possam representar a parte fundamental para que haja comunicação. A unidade consiste em dizer uma coisa de cada vez. Todas as ideias cumprem seu papel desenvolvendo a ideia núcleo, permitindo a compreensão. As ideias principais e as secundárias mantêm relações. Nesse momento surge a coerência com o intuito de organizar o sentido de cada ideia apresentada. Para Othon M. Garcia a coerência é a alma do texto. Como se pode ter sentido se a coerência não assumiu o seu papel?

No livro Comunicação em Prosa Moderna Othon M. Garcia comenta que “ênfase é a ideia predominante não apenas que aparece sob a forma de oração principal, mas também se coloca em posição de relevo, por estar no fim ou próximo do fim do período-parágrafo". Com isso, ele comprova que é indispensável dar ênfase à ideia-núcleo, quer pelo encadeamento dos termos na oração e das frases no texto, quer pela expressividade. Além desses recursos meliorativos não podemos deixar de fazer comentários sobre alguns vícios considerados condenáveis. Para muitos profissionais de redação, erros grosseiros podem invalidar um texto argumentativo. Observemos o texto abaixo extraído de um vídeo exibido na Casa de Detenção de São Paulo, para ensinar aos detentos formas de prevenção contra a aids:

(Leiam o exemplo de argumentação na linguagem dos detentos - Parte III)

Por: Luci Mary

FONTE: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno07-14.html

PRODUÇÃO DE TEXTO III



(Continuação)

Aqui é bandido: Plínio Marcos. Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dá um alô! Te liga aí: Aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói devagarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo, de primeiro ao quinto, e sem vaselina. Num tem dotô que dê jeito, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem ai, Jesus. Pegou Aids, foi pro brejo! Agora sente o aroma da perpétua: Aids pega pelo esperma e pelo sangue, entendeu? pelo esperma e pelo sangue! (Pausa)

Eu num tô te dando esse alô pra te assombrá, então se toca! Não é porque tu ta na tranca que virou anjo. Muito pelo contrário, cana dura deixa o cara ruim! Mas é preciso que cada um se cuide, ninguém pode valê pra ninguém nesse negócio de aids. Então, já viu: transá, só de acordo com o parceiro, e de camisinha! ( Pausa)
Agora, tu aí que é metido a esculachá os outros, metido a ganhá o companheiro na força bruta, na congesta! Pára com isso, tu vai acabá empesteado! Aids num toma conhecimento de macheza, pega pra lá, pega pra cá, pega em home, pega em bicha, pega em mulhé, pega em roçadeira! Pra essa peste num tem bom! Quem bobeia fica premiado. E fica um tempão sem sabê. Daí, o mais malandro, no dia da visita, recebe mamão com açúcar da família e manda para casa o Aids! E num é isto que tu qué, né, vago mestre? Então te cuida. Sexo, só com camisinha.(Pausa)

Quem descobre que pegô a doença se sente no prejuízo e quer ir à forra, passando pros outros. ( Pausa) sexo só com camisinha! Num tem escolha, transá, só com camisinha.

Quanto a tu, mais chegado ao pico, eu tô sabendo que ninguém corta o vício só por ordem da chefia. Mas escuta bem, vago mestre, num qué nem sabê que, às vezes, a seringa vem até com um pingo de sangue, e tu mete ela direto em ti. Às vezes, ela aparece que vem limpona, e vem com a praga. E tu, na afobação, mete ela direto na veia. Aí tu dança. Tu, que se diz mais tu, mas que diz que num pode aguentá a tranca sem pico, se cuida. Quem gosta de tu é tu mesmo. (Pausa) E a farinha que tu cheira, e a erva que tu barrufa enfraquece o corpo e deixa tu chué da cabeça e dos peitos. E aí tu fica moleza pro Aids! Mas o pico é o canal direto pra essa praga que está aí. Então, malandro, se cobre. Quem gosta de tu é tu mesmo. A saúde é como a liberdade. Agente dá valor pra ela quando já era!

A partir do texto, podemos provar o que é argumentação. O texto dá informação sobre o vírus da Aids. O ator Plínio Marcos apresenta-se como sendo um deles. Utiliza a linguagem que eles estão habituados. “Comunicar não é apenas fazer saber, mas também um fazer crer”. A persuasão é o ato de levar o outro a acreditar no que foi dito. Para Platão e Fiorin “todo texto é argumentativo porque todos são de certa maneira persuasivos”.

Por: Luci Mary

FONTE: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno07-14.html

PRODUÇÃO DE TEXTO IV



Vale a pena ressaltar que a concisão no qual o pensamento precisa ser expresso com o mínimo de palavras demonstra que algumas ideias são desnecessárias não fazendo nenhuma falta na hora da comunicação argumentativa. Longas explicações só tornam o texto cansativo para o leitor. Algumas pessoas se iludem ao escrever muito pensando que estão argumentando. Outro aspecto é a clareza. Não escrevemos somente para nós mesmos. Escrevemos para um leitor crítico que não deve precisar ler duas vezes para entender o que está escrito. Períodos longos e ambiguidade são grandes inimigos da clareza.

Há também um folclore em torno da precisão. Usar um vocabulário prolixo só tende a prejudicar o texto. O léxico deve ser valorizado pela sua expressividade e não por clichês que tornam a argumentação confusa e insignificante. Conhecer o significado de cada vocábulo faz parte de um autor maturo e que tem domínio pelo assunto que pretende abordar. Agostinho Dias Carneiro em seu livro Redação em Construção enumera exemplos importantes para uma argumentação. Para ele falácias, generalizações excessivas, deduções falsas, estatísticas tendenciosas e argumentos autoritários só enfraquecem o texto. Com certeza, somente a verdade seja um argumento concreto.

Padre Antônio Vieira aborda que a qualidade unidade é um dos recursos mais importantes na argumentação, já que, um texto dispersivo cheio de informações desencontradas não é compreendido por ninguém. Ele também faz um comentário da importância de citações de outros textos que chama de argumento de autoridade. Platão e Fiorin também comenta em seu livro Lições de Texto: leitura e redação sobre alguns recursos linguísticos usados com a finalidade de convencer. Um deles é o argumento de autoridade já citado. Trata-se da comprovação de que o autor ou o falante conhece bem o assunto que está sendo abordado. Outros recursos ou qualidades como argumentos baseados em provas concretas e raciocínio lógico não devem ser ignorados. Podemos observar tais qualidades em editoriais e redações escolares. Afinal, bem sabemos que todo texto apresenta intertextualidade. A reescritura faz parte de tentar buscar o melhor no texto argumentativo.

A argumentação é a exposição de recursos com o objetivo de fazer o texto ser ou parecer verdadeiro. Para finalizar essas qualidades não podemos esquecer que Ingedore Villaça diz “que a coerência teria a ver com a boa formação do texto. Portanto, a coerência é algo que se estabelece na interação, na interlocução numa situação comunicativa entre dois usuários”. Paralelamente ao conceito de coerência encontramos a coesão. “A coesão é explicitamente revelada através de marcas linguísticas”. Manifesta-se na organização da sequência do texto argumentativo. É a relação entre um elemento do texto e um outro elemento. Isso é fundamental para uma interpretação. Depende desses articuladores ou conectorescomo chamam alguns estudiosos a compreensão do qual o texto pretende atingir. Sempre que se pensa em coerência logo se pensa em coesão.Para Marcuschi (1983), “a coesão é a estrutura da sequência de um texto, como uma organização linear”. Diante das qualidades nos situamos de forma não pejorativa em comentar alguns defeitos do texto argumentativo.

Por: Luci Mary

FONTE: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno07-14.html

PRODUÇÃO DE TEXTO V


(Conclusão)

Pensando no que já foi abordado seria muito simples dizer que os defeitos são o contrário das qualidades mencionadas. Em alguns momentos isso ocorreu. Só que pretendemos destacar outros que possam ser evitados em qualquer texto argumentativo. O primeiro seria voltado para os períodos longos. Não é que seja um “erro”. O erro está em ser longo e confuso. Um texto com frases desconexas, com repetições de palavras que comprometam a falta de vocabulário e expressões vulgares interferem na hora de persuadir o leitor. Os defeitos só surgem na hora de escrever. Muitos professores alegam que a contradição seja um defeito “gritante”. Outros preferem textos com pontos positivos e negativos porque aponta para duas visões. O texto argumentativo vive em todas situações possíveis. O que não podemos permitir é que a argumentação deixe de ser um ato de pensar. Os que pensam que comunicar é apenas transmitir informações, precisam pensar mais. Argumentar é fazer crer e a aceitação depende de vários fatores. Argumentar cujo sentido primeiro significa iluminar. É disso que precisamos. Iluminar para convencer.  Criticamos tanto os textos que lemos. Será que há uma explicação? Lendo o texto abaixo poderemos refletir antes de criar fórmulas de qualidades ou de defeitos:
... A moléstia é real, os sintomas são claros, a síndrome está completa: o homem continua cada vez mais incomunicável (porque deturpou o termo comunicação), incompreendido e/ou incompreensível, porque voltou-se pra dentro e se autoanalisa continuamente, mas não troca com os outros estas experiências individuais; está “desaprendendo” a falar, usando somente o linguajar básico, essencial e os gestos. Não lê, não se enriquece, não se transmite. Quem não lê, não escreve. Assim, o homem do século XX, bicho de concha, criatura intransitiva, se enfurna dentro de si próprio, ilhando-se cada vez mais, minado pelas duas doenças do nosso tempo: individualismo e solidão.
Por Luci Mary
FONTE: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno07-14.html

OBS.: Os destaques em negrito, no texto,  é de responsabilidade da autora desse blog.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARNEIRO, Agostinho dias. Redação em construção: a escritura do texto. São Paulo: Moderna, 1993.
FÁVERO, Leonor Lopes & KOCH, Ingedore G. Villaça. Linguística do texto: introdução. São Paulo: Cortez, 1984.
FIORIN & SAVIOLI, Francisco Platão. 1990. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática.1995.
------ & SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática.1996.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 13ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.1986.
KOCK, Ingedore G. Villaça. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990.------. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 1989.    

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia da MULHER: Reflexão



A igualdade: uma Senhora ainda de olhar paradoxal


A mulher: ser de múltiplas funções. As mais antigas e prestigiadas: esposa e mãe. Por séculos a fio essas foram suas únicas atuações possíveis, pois até então, era concebida como ser incapaz de apresentar vontade e sabedoria próprias. Essa imagem da mulher “não-pensante”, mas, “submissa, obediente” pode ser observada, com nitidez, no enredo de “A Chapeuzinho Vermelho”, principalmente, nas primeiras versões: Chapeuzinho perfaz uma personagem ingênua, carente de orientação que, somente, pode manter-se longe do “Lobo Mau” se capaz de obediência incondicional. Essa condição estava atrelada a interesses outros do sexo oposto. Oposto por sede de governar. E as nobres funções, que poderiam ter contribuído para a autoestima da Mulher, relegaram-na à categoria de ingênua, dotada de pouca inteligência, carente de proteção masculina; enquanto, na verdade, ela carecia apenas de companheirismo, valorização e amor por parte do sexo oposto. Nesse caminhar lado a lado, o Homem escolheu não usufruir da coragem, da sabedoria, da força da Mulher; preferiu escondê-la atrás de si ao plantar na cultura o estereótipo: Mulher: “sexo frágil”.

Agora, se acreditamos na história da origem humana, somos obrigados a lembrar que o Criador determinou a ambos os gêneros (feminino e masculino) que atuassem lado a lado; ordem que se justifica no próprio ato da criação: a mulher modelada da costela do homem. Todavia, esse fato ficou esquecido, já no primeiro momento, por parte do Homem. E desde então, este justifica que a única culpada pela história seguir rumo diferente é a Mulher que, desde o início, deu um jeito de bloquear a felicidade do casal e obrigá-lo a espinhos e abrolhos. E, sendo assim, ela deveria subjugar a própria vontade ao poder do Homem – ser que, na sua maioria, nunca assumiu responsabilidade pela tragédia inicial e sobreviveu a gerações culpando a Mulher pela própria desgraça, aquele de leme sempre à mão. E da leitura equivocada do contexto inicial, boa parte dos homens subjugou, escravizou e reduziu a Mulher a uma servidora incondicional das suas necessidades (do quarto à cozinha; do berço à universidade), evidência clara de quem soube aproveitar a oportunidade de governar da casa ao resto do universo. E, por séculos o Homem soube usufruir desse poder. A história está aí para nos confirmar que isso é fato.

Sem supervalorizar o “feminismo”, apenas refletir sobre a trajetória feminina de forma bem sucinta, considero que as funções hodiernas da Mulher parecem-lhe mais justas: esposa, mãe, amante; criativa, persistente, escolarizada, humana, atualizada, inovadora; líder nos postos de trabalho, na política, entre tantos outros aspectos. “Líder”, termo que sustenta a nova ordem econômica do emprego em substituição ao antigo “chefe”, segundo o respeitado consultor Waldez Luiz Ludwig. Ao serem perguntados sobre qual sexo (se masculino ou feminino) preferem na liderança, no ambiente de trabalho, funcionários de grandes empresas,  disseram sem “preconceito” preferirem o mal interpretado sexo “frágil”. Por quê? Não seria uma traição ao tradicional gênero masculino? Não seria, pois, inserta na nova ordem do mercado, longe de ser “chefe” -  palavrinha detestada no Universo do Trabalho por qualquer funcionário - a Mulher se mostra mais interativa, humana e dotada - conforme disseram os entrevistados em reportagem recente à TV - das características válidas na atualidade: inovação e criatividade. Essa escolha também é reveladora de nova opinião sobre a Mulher - evidência de que os sexos começam a se entender, a se respeitar. E, nessa nova ordem, enfim, justiça à Mulher, pois têm superado o anonimato e conquistado valor próprio, ou seja, experimentado, em parte, sabor compartilhado do poder no mercado de trabalho.

Numa nova ordem de mercado, com certas vantagens, como se observou, anteriormente, a Mulher ainda não conquistou a tão sonhada igualdade, a promessa do Édem, pois em algumas funções ela não divide espaço com o Homem; porque assume, ainda, uma fatia muito pequena de responsabilidade e reconhecimento, como se vê nas áreas da Política e das Ciências, por exemplo. Na primeira, embora uma Mulher ocupe o mais alto cargo, em nosso país, ainda não temos a dimensão da sua influência nessa área. Precisamos esperar para vermos o quanto isso contribuirá para o aumento do interesse da Mulher em assuntos políticos do Brasil. Na segunda área, de acordo com a revista “UNESP Ciência” (2011), a Mulher ocupa 50% do campo da pesquisa científica; mas há hierarquia no universo acadêmico, ou seja, algumas áreas, como Física e Engenharia, são mais prestigiadas; enquanto que, Nutrição, Enfermagem, por exemplo, áreas em que atuam o maior número de mulheres, de acordo com Luci Muzzeti (Letras, UNESP), seguem com menor prestígio.

E o que dizer da Educação, área em que a Mulher está mais presente? Embora essa devesse ser a mais prestigiada por que se constitui base para as demais, não é assim que as peças se mexem no tabuleiro. Embora o jogo seja de damas não lhes oferecem tantos troféus. A desvalorização da área educacional, no país, parece alcançar também a Científica e, consequentemente, a Mulher que nela atua.

À Mulher, responsabilidades foram confiadas no ritmo da passagem dos séculos, sob olhares de desconfiança. Embora ainda ela queira mais, diante de tantas conquistas, deveria ser considerada “sexo frágil”? A imagem que me vem à cabeça é de um ser “frágil” de facão na mão abrindo picada numa densa floresta, sem medo de Lobo Mau.   Embora, polivalente, dotada de coragem, persistência, força e sabedoria para mudar realidades à sua volta, a Mulher arranha a possibilidade de direitos iguais. Ainda que algumas tenham conquistado nobres cargos na política, na administração de empresas, nas ciências, nas artes, nas letras; entristece-nos a sorte de tantas outras iguais, no gênero e,  diferentes, nas conquistas.

Em tempos tão mudados, tão modernos, em que a mulher encontra trilhas capazes de elevá-la a posições antes ocupadas somente pelo Homem, ainda assistimos a uma onda de violência que vilipendia a dignidade feminina.  Diante de tamanho ultraje, a disposição da mulher em denunciar o desrespeito, a agressão muda essa realidade e, talvez em decorrência dessa coragem, os números tão elevados de violência contra a mulher tornam-se conhecidos dos brasileiros. Brasil, Terra famosa por suas belezas tropicas e por suas lindas mulheres, lidera com o 6º lugar, no ranking mundial, a  violência contra a Mulher segundo confirma a TV Sinal.

Enfim, hoje, 08 de março de 2011, é dia para ambos os sexos refletirem sobre o papel que a Mulher ocupa na nossa sociedade, a brasileira; se é digna do tratamento violento que vem sofrendo por parte de parte do sexo oposto, pois em 87% dos casos, o Homem (companheiro, marido) é responsável, segundo afirma Carneiro (UFMA, 2011) ou se vale pelo bem que tem feito à humanidade nas áreas em que atua. É dia não apenas para elogios, reconhecimento, mas de tomada de posição sobre esse fato que constitui vergonha nacional e parece fazer-nos retroceder em tantas conquistas.

Feliz dia da Mulher para todas que tiverem sorte de nascer para essa luta!!!!!!!!!!!!

Parabéns aos homens que não fazem parte desse contexto, mas têm sido companheiros do sexo que não se mostra frágil!


Fonte:  Deusdélia Pereira (Delinha):


Graduada em Letras (São Paulo – SP), Mestrado em Estudo de Linguagens, habilitada em Linguística e Semiótica pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); experiência na área de letras e literaturas (Portuguesa e Brasileira): redação (ensino e revisão de manuais ou livros impressos, apostilados didáticos – consultoria da editora CPB); ensino: Linguística, Língua portuguesa (geral), Linguagem Jurídica, Prática de Ensino, Estágio Supervisionado, Sociolinguística, Produção de Textos; escritora de livros e manuais de linguística (Ead), palestrante, capacitadora de professores (rede pública e particular), coordenação de projetos e eventos culturais, Consultora na área pedagógica, entre outros.

Dedico esse texto à minha filha Kattlen,  a outras mulheres que fazem parte da minha vida (Grimalda, Zilma, Eva, Rosangela Villa, Júnia, Prof. Cida Negri, Gláucia Lima, Eleni W. Eliane K,  Gláucia laranjeiras, Solange Fortes, Daniela Loureiro, Márcia Cardoso, Deise Monteiro, Elisangela Breda, Jéssica Crespo, Sarah...; minhas ex-alunas, alunas ) e às mais distantes nesse universo!