domingo, 27 de agosto de 2017

GÊNERO TEXTUAL – LENDAS FOLCLÓRICAS


O Boto Cor-de-Rosa

De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios amazônicos nas noites de festa junina. Com um poder especial, consegue se transformar num lindo, alto e forte jovem vestido com roupa social branca. Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Vai a festas e bailes noturnos em busca de jovens mulheres bonitas. Com seu jeito galanteador e falante, o boto aproxima-se das jovens desacompanhadas, seduzindo-as. Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto. 
O boto cor-de-rosa é considerado amigo dos pescadores da região amazônica. De acordo com a lenda, ele ajuda os pescadores durante a pesca, além de conduzir em segurança as canoas durante tempestades. O boto também ajuda a salvar pessoas que estão se afogando, tirando-as do rio. Dizem alguns que ele prefere salvar as mulheres.


(FONTE: http://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/lenda_boto.htm) 

A Cobra Grande

Esta é uma lenda muito conhecida pela nossa população. Tem sido tema para nossa música, poesia e folclore. Quando éramos crianças, sempre brincávamos dizendo que embaixo dos edifícios por onde passávamos, poderia estar a tal cobra...
Há muito tempo, existiu em uma das tribos do Amazonas, uma mulher muito perversa que inclusive, devorava crianças. Para por fim a tantas dores causadas por ela, a tribo decidiu atirá-la no rio, pensando que ela morreria afogada e nunca mais viesse a perseguir ninguém. Porém, Anhangá, o gênio do mal, decidiu não deixá-la morrer e casou-se com ela, dando-lhe um filho. O pai transformou o menino em uma cobra, para que ele pudesse viver dentro do rio. Porém, logo a cobra  começou a crescer e crescer...
O rio tornou-se pequeno para abrigá-la e os peixes iam desaparecendo devorados por ela. Durante a noite seus olhos iluminavam como dois faróis fosforescentes por sobre os rios e as praias, espreitando a caça e os homens, para devorá-los. As tribos aterrorizadas, deram-lhe o nome de Cobra Grande.
Um dia a mãe da Cobra Grande morreu. Sua dor manifestou-se por um ódio tão mortal que de seus olhos brotavam flechas de fogo atiradas contra o céu e dentro da escuridão, transformavam-se em coriscos. Depois deste dia, ela se recolheu e dizem que vive adormecida debaixo das grandes cidades. Contam também que ela só acorda para anunciar o verão no céu em forma de Serpentário, ou durante as grandes tempestades para assustar, com a luz dos relâmpagos, as tribos apavoradas.

(FONTE:http://www.sumauma.net/amazonian/lendas/lendas-cobragrande.html)

A Lenda da Vitória Régia
.
A lenda da vitória-régia é muito popular no Brasil, principalmente na região Norte. Diz a lenda que a Lua era um deus que namorava as mais lindas jovens indígenas e sempre que se escondia, escolhia e levava algumas moças consigo. Em uma aldeia, havia uma linda jovem, a guerreira Naiá, que sonhava com a Lua e mal podia esperar o dia em que o deus iria chamá-la.
Os índios mais experientes alertavam Naiá dizendo que quando a Lua levava uma moça, essa jovem deixava a forma humana e virava uma estrela no céu. No entanto a jovem não se importava, já que era apaixonada pela Lua. Essa paixão virou obsessão no momento em que Naiá não queria mais comer nem beber nada, só admirar a Lua.
Numa noite em que o luar estava muito bonito, a moça chegou à beira de um lago, viu a lua refletida no meio das águas e acreditou que o deus havia descido do céu para se banhar ali.
Assim, a moça se atirou no lago em direção à imagem da Lua. Quando percebeu que aquilo fora uma ilusão, tentou voltar, porém não conseguiu e morreu afogada.
Comovido pela situação, o deus Lua resolveu
transformar a jovem em uma estrela diferente de todas as outras: uma estrela das águas – Vitória-régia. Por esse motivo, as flores perfumadas e brancas dessa planta só abrem no período da noite.

 (FONTE: http://www.brasilescola.com/folclore/vitoria-regia.htm)

A Lenda da Vitória Régia
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A lenda da vitória-régia é muito popular no Brasil, principalmente na região Norte. Diz a lenda que a Lua era um deus que namorava as mais lindas jovens indígenas e sempre que se escondia, escolhia e levava algumas moças consigo. Em uma aldeia, havia uma linda jovem, a guerreira Naiá, que sonhava com a Lua e mal podia esperar o dia em que o deus iria chamá-la.
Os índios mais experientes alertavam Naiá dizendo que quando a Lua levava uma moça, essa jovem deixava a forma humana e virava uma estrela no céu. No entanto a jovem não se importava, já que era apaixonada pela Lua. Essa paixão virou obsessão no momento em que Naiá não queria mais comer nem beber nada, só admirar a Lua.
Numa noite em que o luar estava muito bonito, a moça chegou à beira de um lago, viu a lua refletida no meio das águas e acreditou que o deus havia descido do céu para se banhar ali.
Assim, a moça se atirou no lago em direção à imagem da Lua. Quando percebeu que aquilo fora uma ilusão, tentou voltar, porém não conseguiu e morreu afogada.
Comovido pela situação, o deus Lua resolveu
transformar a jovem em uma estrela diferente de todas as outras: uma estrela das águas – Vitória-régia. Por esse motivo, as flores perfumadas e brancas dessa planta só abrem no período da noite.

 (FONTE: http://www.brasilescola.com/folclore/vitoria-regia.htm )

O Curupira
O Curupira é um ser que faz parte do lendário amazônico. Guardião das florestas e dos animais, possui traços de índios, cabelo de fogo e os pés virados para trás. Dizem que possui o dom de ficar invisível. 
O curupira é o protetor daqueles que sabem se relacionar com a natureza, utilizando-a apenas para a sua sobrevivência. O homem que derruba árvores para construir sua casa e seus utensílios, ou ainda, para fazer o seu roçado e caçar apenas para alimentar-se, tem a proteção do Curupira. Mas aqueles que derrubam a mata sem necessidade, os que caçam indiscriminadamente, estes têm no Curupira um terrível inimigo e acabam caindo em suas armadilhas.
Para se vingar-se, o Curupira se transforma em caça. Pode ser uma paca, onça ou qualquer outro bicho que atraia os caçadores para o meio da floresta, fazendo-o perder a noção de seu rumo e ficar dando voltas no mato, retornando sempre ao mesmo lugar.
Outra forma de atingir os maus caçadores é fazendo com que sua arma não funcione ou fique incapaz de acertar qualquer tipo de alvo, principalmente a caça.
Na realidade, a lenda do Curupira revela a relação dos índios brasileiros com a mata. Não é uma relação de exploração, de uso indiscriminado, mas de respeito pela vida.   
                                
 (FONTE: http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=21)

Pirarucu
Pirarucu era um índio que pertencia à tribo dos Uaiás. Era um bravo guerreiro, mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração, chefe da tribo.
 Egoísta e cheio de vaidades, Pirarucu adorava criticar os deuses. Um dia ele aproveitou a ausência do pai para tomar índios da sua tribo como reféns e executá-los sem nenhum motivo.
Tupã, o deus dos deuses, decidiu puni-lo chamando Polo para que espalhasse o seu mais poderoso relâmpago. Também convocou Iururaruaçu a deusa das torrentes, e ordenou que provocasse a mais forte tempestade sobre Pirarucu, quando estava pescando com outros índios às margens do Rio Tocantins.
O fogo de Tupã foi visto por toda floresta. Pirarucu tentou escapar, mas foi atingido no coração por um relâmpago fulminante. Todos que se encontravam com ele correram para a selva assustados.
O corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do Rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Acabou desaparecendo nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo aterrorizou toda a região.



OUTRAS FONTES:










PAÍS DA INTOLERÂNCIA




Vamos falar sobre intolerância escolar? Um tema pouco debatido, porém muito recorrente nas escolas desse Brasil. A intolerância é um problema grave e comum nas escolas deste país. Em um trabalho realizado em sala de aula fiz este artigo e pesquisa onde exponho minha visão sobre assunto. Todos nós temos força para mudar este mundo, ás vezes com simples palavras podemos mover grandes montanhas.

Artigo de opinião

Intolerância Escolar: os mais jovens também sabem ser cruéis

 Por Maria Irmany de S. Ribeiro

Trata-se da falta de compreensão ou aceitação em relação a algo. O indivíduo não consegue aceitar divergentes pontos de vista, ideias ou culturas. O problema possui diversas ramificações sendo que, às vezes, a religião, o estrato social, a orientação sexual, modo de ser e personalidade são motivos suficientes para que haja uma agressão. A grande questão está em não respeitar o próximo como este é. A intolerância surge em algum ponto da vida, está presente em muitas pessoas de forma até inconsciente, podendo acontecer sem que a pessoa perceba, sendo, assim, um hábito comum e oculto.
O Brasil é miscigenado, no entanto há pessoas que insistem em destilar ódio pelas ruas deste país. O caso recente da Miss Brasil Monalysa Alcântara é um dos vários casos que exemplificam uma dura realidade: o Brasil está doente, demasiadamente afetado pelo mal da intolerância.
Na escola não é diferente. Berço da formação parcial de nosso ser, a intolerância dentro do ambiente escolar é um fato inegável. A sociedade influencia os jovens. As crianças por mais inocentes que possam ser também estão aprendendo a dominar tal maldade. O aluno que vemos em sala de aula é um reflexo da educação que o mesmo recebe dentro de casa, dessa forma, a intolerância vista entre os estudantes não formou-se da noite para o dia, mas ao longo do tempo pelas influências externas(que há muito tempo não são dignas de felicidade). O respeito é algo importante dentro de um lar, mas nem sempre ele pode ser encontrado neste lugar.
Em uma pesquisa realizada com um grupo* de 115 pessoas com idades entre 10 a 25 anos, em que 95,7% apresentam idades entre 11 a 18 anos, 78,3% dos entrevistados já sofreu intolerância escolar. Com esse dado alarmante observamos um problema grave: a falta de respeito. A grande maioria sofreu tal violência por questões relacionadas com aparência física e personalidade, seguidos por problemas quanto à orientação sexual e desempenho escolar. Também há casos em que a religião e opiniões divergentes foram motivos de desrespeito.
Um total de 78,3% dos participantes já presenciaram casos de intolerância dentro da escola e observa-se, posteriormente, que boa parte das vítimas não denunciou o caso. A escola pode fazer palestras e trabalhos para a conscientização sobre o tema, contudo quando a equipe escolar depara-se com um caso real é notável haver falta de interesse em algumas ocorrências. A falta de preparo unida à falta de uma punição mais severa contribui para o silêncio. A maioria dos entrevistados afirmou nada ter feito contra o agressor, pois sabiam que não seriam ouvidos; alguns daqueles que denunciaram enfrentaram o descaso e a conformidade com a intolerância. Assim conclui-se que os casos de violência são tratados como fatos corriqueiros e sem que a devida atenção seja dada a violência continua e desde cedo os agressores sentem-se confortáveis aos pés da impunidade.
Em contrapartida, 34.8% das escolas referidas na pesquisa trabalham em combate à intolerância. O número é pequeno e de certa forma insatisfatório, porém, com o cenário atual das escolas, é um bom avanço. Infelizmente, 35,7% não trabalham o tema enquanto que 29,6% dos entrevistados afirmaram que suas escolas talvez trabalhem o tema. Em sala de aula, 41,7% dos professores trabalham a situação. Esses profissionais têm grande potencial para mudar opiniões e um debate entre os alunos pode ser uma forma de combater tamanha falta de respeito.
Perfez um total de 51,8% dos entrevistados que não apresentaram problemas quanto à agressão, mas 33,3% desenvolveram traumas e 14,9% não sabem ao certo. Outro patamar é alcançado: a falta de respeito é tão grande que ultrapassa os limites da dor humana: 14% dos entrevistados necessitaram de tratamentos com profissionais enquanto 86% seguiram sem demais problemas. Parece pouco, no entanto ninguém deveria ter sua estabilidade mental afetada só porque algumas pessoas não aprenderam o que é ser humano. Vemos por aí muitas pessoas. Quantas delas realmente sabem o que é amor ao próximo?
Ao tratarmos a intolerância entre os próprios alunos observamos, algumas vezes, a falta de interesse. Alunos riem e demonstram que serão os mesmos profissionais dos diversos âmbitos da sociedade que tornarão o ambiente profissional desagradável. Isso provavelmente será passado aos seus filhos e o ciclo de intolerância continuará. A escola pode agir para o combate, mas a realidade é que as pessoas só dão crédito à opinião alheia quando esta condiz com seus próprios conceitos e ideais. Você só vai entender realmente o que o colega sente se passar pelo que ele passa e até que isso ocorra seu colega de trabalho irá pedir demissão por não aguentar mais tanto desrespeito. Afinal, quantos realmente estão dispostos a mudar isso?
A intolerância é uma doença que dificilmente poderá ser curada, todavia podemos mudar o que vemos; o lugar onde vivemos e por onde iremos passar. Talvez um dia o mundo esteja ocupado por pessoas cheias de humanidade. Como na música de Jonh Lennon, talvez um dia o mundo seja como um só. “Maior que a tristeza de não ter vencido é a vergonha de não ter lutado” - Rui Barbosa.


*Pesquisa realizada com os grupos “Tirinhas Amor Doce” e “Cabaré Cand-Y” referentes ao jogo “Amor Doce”. Os grupos podem ser encontrados na rede social do Facebook.

FONTE: Artigo e pesquisa produzidos por Maria Irmany de S. Ribeiro, aluna da 1ºsérie do Ensino Médio em trabalho conjunto sobre intolerância com Luma Mota Santos.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


Parte desfavorecida

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI as mulheres ainda são alvos de violência. Esse quadro de persistência de maus tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização do sexo masculino e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo.

Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo sempre esteve presente, como por exemplo, na posição do “Senhor do Engenho” e, consequentemente foi criada uma noção de inferioridade da mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas pessoas julgam ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até desrespeitosa. Logo, há muitos casos de violência contra esse grupo, em que a agressão física é a mais relatada, correspondendo a 51,68% dos casos. Nesse sentido, percebe-se que as mulheres têm suas imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de uma cultural geral preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é passado de geração em geração, o que favorece o continuísmo dos abusos.
Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo colaboram com a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos são demorados e as medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. Isso ocorre também com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve apenas 33,4% dos casos julgados. Nessa perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência continuam violentando as mulheres e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em diversos locais, como em casa e no trabalho.
A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há uma diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil seja mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as ONGs, em que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões às Delegacias da Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. Passa a ser a função também das instituições de educação promoverem aulas de Sociologia, História e Biologia, que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais históricos e produções culturais, com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação.

FONTE: Anna Beatriz Alvares Simões Wreden (ENEM 2015).


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

ESTRUTURA DA CRÔNICA ARGUMENTATIVA


crônica argumentativa é um tipo de texto em que a argumentação é a sua principal marca. Ela é muito utilizada pelos meios de comunicação, sobretudo os jornais e as revistas, as quais podem ser do gênero narrativo, dissertativo ou descritivo.
Em resumo, a crônica argumentativa funde aspectos da crônica e dos textos argumentativos e se aproxima do Artigo de Opinião. Os cronistas, autores que escrevem as crônicas, expressam nesse tipo de texto um tema e sua posição, ponto de vista ou juízo de valor sobre tal assunto.

Veja mais sobre o assunto nos artigos: Crônica e A Argumentação.

Como Fazer uma Crônica Argumentativa?
Para elaborar uma crônica argumentativa, primeiramente escolha um tema contemporâneo que queira abordar, seja a fome no mundo, o aumento do preço do tomate, a economia brasileira atual, uma briga entre vizinhos, o aumento do trânsito nas grandes cidades, dentre outros. Feito a escolha, leia sobre o assunto, organize suas ideias e selecione argumentos.
Lembre-se que a crônica argumentativa tem que apresentar argumentos, senão trata-se de um texto meramente informativo. Uma importante característica das crônicas é o acentuado teor crítico, com presença de humor, ironia e sarcasmo. Portanto, seja criativo!
A Crônica narrativa argumentativa narra uma breve história, com personagens, tempo e espaço. Ela pode conter discursos diretos (com marca da fala dos personagens, por exemplo, o uso de travessão), indiretos (palavras dos personagens proferidas pelo narrador, ao invés de utilizar as marcas pessoas) e os indiretos livre (fusão dos dois tipos de discursos: direto e indireto).


As principais características de uma crônica argumentativa são:
- Argumentação e persuasão
- Linguagem coloquial, simples e direta
- Textos relativamente curtos
- Temas cotidianos e polêmicos
- Crítica, humor e ironia
- Induz a reflexão
- Subjetividade e criatividade
- Fusão do estilo jornalístico e literário
- Poucos personagens, se houver
- Tempo e o espaço limitados
- Caráter contemporâneo

domingo, 30 de julho de 2017

GÊNERO: CRÔNICA ARGUMENTATIVA (EXEMPLOS)



Texto 01
É proibido fumar
Gustavo Alvaro

Agora é lei: não pode fumar em local fechado, não pode fumar em local aberto... não pode fumar.

É proibido fumar, e acho até um pouco bom. Particularmente, não sou fumante, mas acho que é complicado jogar a culpa da fumaça toda no tabagista. Ora, de que adianta a pessoa ter o direito de comprar seu cigarro em qualquer lugar, se ela não pode fumar em qualquer lugar?

A fumaça incomoda, faz mal; mas também incomoda o cheiro de álcool e os acidentes provocados por bêbados –que saem dos mesmos bares, onde não se pode mais fumar– e causam pior estrago. Então por que não se proíbe o consumo de álcool, em bares e restaurantes? A mim, me incomoda mais um bêbado do que um fumante. Aliás, os dois incomodam tanto quanto o barulho dos carros na cidade do Rio. Por que não se proíbe o tráfego de carros barulhentos nos centros das cidades? E a fumaça dos carros? Por que não se proíbe? Por que não se põe uma centena de propagandas negativas, tarjas pretas dizendo que a fumaça dos carros contém mais de 4,700 substâncias tóxicas, e que não há níveis seguros para o consumo? Parece impossível. Afinal, se tantas coisas incomodam, fazem mal e tralalá, por que não se proibir tudo?

Agora imaginem nossa sociedade modelo: é proibido fumar, beber, transgênicos, conservas, frituras, comunismo, drogas (elas já são proibidas, mas ninguém se importa), música alta, carros barulhentos, carros fedorentos, carros calorentos... É proibido estacionar, caso ainda haja algum carro na rua que não tenha sido multado, apreendido, roubado ou desmanchado. Não se pode espirrar ou tossir, evitando a contaminação de gripes e resfriados (o infrator deverá pagar uma multa de uns trocentos reais), extinguindo assim os surtos da doença. Aliás, só pra constar: sexo é proibido. Só para procriação, caso haja congestionamento nos sistemas de fertilização artificial. Isso tudo é bom pra você?

É importante deixar bem claro que não sou a favor do fumo, e sim da liberdade. E não adianta aumentar o preço do tabaco, encher de impostos, propagandas negras e campanhas anti-fumo. O tabagista sabe dos malefícios do cigarro, e isso é problema dele. Agora, o doente, esse sim, é problema do governo. É para isso que pagamos impostos, mas nem hospitais podemos ter. Pagamos tanto imposto e não vemos nada aplicado em coisas básicas, como saúde (só pra não citar educação), e só vemos proibições, altos preços e aquele cerceamento sinistro que nos acomete desde a época da ditadura. E vai seguindo. Quem sabe, daqui há alguns anos, falar não seja proibido?

Aviso: fumar causa multa e apreensão do cigarro.


Texto 02
Morte ao crack
Adalberto dos Santos

Peço desculpas aos que me leem neste site. Não pude escrever minha croniqueta no último sábado. Chegou a noite da sexta e não pude. Nem durante a madrugada do sábado consegui preparar o escrito. Não por falta de assunto, claro. Esse ainda havia. Literalmente o mundo está fervendo. E demais. Literariamente também. Sempre há assunto. Os que escrevem sabem que não falta o que dizer quando se quer escrever. No caso da crônica, é um pouco diferente, porque, como já se disse por aí, é um muito difícil. Toda vez o cara tem que comer o diabo que amassou o pão. E sem assado ou tempero. Sofre a dor do parto com a caneta entre os dedos e às vezes não sai nem um milionésimo de palavra.

Não faltou mesmo que dizer, juro. Negócio é que às vezes se tem o que dizer, mas não se tem a alma suficientemente capaz de deixar a voz tagarela. Como se sabe, nem só a língua fala; a alma também. Na verdade, fala a alma pela língua. Mas, quando aquela sofre de algo, fica-se mudo, infeliz, incapaz. Foi o que me aconteceu no último fim de semana. Fiquei abatido com coisas que vi e não tive palavras para escrever. Minha aflição era muita.

Estava ainda na velha Paraíba colhendo lembranças de todos os tempos com amigos e não-amigos. Mas ali, já sombrio por ter encontrado minha cidade tão diferente (atolada na lama da hipocrisia em todos os sentidos), como fiz questão de lembrar a vocês, fiquei sabendo de um mal considerável que também a atinge. O mal do crack que já vitima jovens de todas as idades naquele rincão de Nordeste.

Tive náuseas de não dormir aquele fim de semana quando soube por fontes locais das séries de pequenos furtos realizados pelos usuários da droga em casas de todas as classes da cidade, em especial das pequenas residências de pessoas que, para não morrer à sorte do frio da noite, têm de seu apenas o teto. Nesses lares pequenos e apertados, que só cabem as redes onde os pais sertanejos descansam a penca de herdeiros da escassez de quase tudo, estão entrando os larápios, ou, como se diz na gíria dos locutores de noticiários policiais, os donos do alheio. O mais assustador é que já não furtam por precisão, como antigamente. Nem é para guardar o furto ou trocá-lo em objetos que desejam por inveja ou carência. Eles o fazem para transformar a obra do delito em dinheiro que enriquece fácil essa nova elite de pequenos milionários suburbanos, os traficantes do já conhecido mercado do crack brasileiro.

Os usuários, uns pobres, sequer se alimentam essas criaturas sem cor ou cara de criaturas. São os escravos da “pedra”, a mistura insípida que o jornal me diz ser o pó da cocaína e bicarbonato de sódio. Tristes crianças de menos de doze anos, outros são ex-vitaminados atletas, homens e mulheres que eu conheci na infância e que hoje a droga está afastando da família, da sociedade e deles próprios.

”Noiados”, como são chamados, em razão da possessão da droga, roubam tudo o que podem. À noite, entram nas casas por cima do telhado, pulam os muros, atravessam paredes como vampiros. Quando menos se espera, já têm levado pequenos objetos como vassouras, baldes, peneiras, bicicletas, restos de sabão, roupas no varal. Sutis feito um felino com fome, fazem a xepa para a volúpia do vício. Me disseram que um deles esperou um comerciante plantar a árvore no fim da tarde e mal os últimos moradores fecharam as portas depois da novela, cavou ao redor e levou consigo a muda. Moeda de troca. Ninguém ouviu o pisar dos pés ou o ofegar do pulmão viciado. Parece que cavou o chão com as unhas. Pela manhã bem cedo viram as pistas em suas mãos. Sujas de terra. Semelhante ao cão que escava um osso onde enterraram carne com veneno. Perguntado se havia levado a plantinha, não conseguiu responder. Não tinha forças. Estava sob efeito da segunda pedra das últimas duas horas.

Conheço o sujeito. Por sorte, enquanto estive na cidade, não consegui encontrá-lo. Acredito que teria perdido o restante da viagem. É triste ver gente tão jovem enganada por essas ilusões miseráveis. É ainda mais triste testemunhar que a lista aumenta a cada minuto. Drogas: ilusões que só desgastam, deprimem, matam sem piedade. Não morre o traficante, que se dá bem com a desgraça dos outros. Morte ao crack, então, esse abismo que tem engolido o planeta de uma ponta a outra, que tem aprisionado o corpo e a alma de infelizes sem casa e sem nome.


São tantos, meu Deus, que dá pena. Sofro porque quando a gente os vê, sabe que a vida deles é o preço da pedra; na matemática real, uns míseros cinco reais. Sem eles, que usa não a tem. Acaso, eles a dão de graça? Que nada. Apenas matam e enganam se não os pagam; no mínimo, eles lhes tiram até o que não têm. Em pouco tempo, não mais o orgulho de se sentir decente. Depois, nem as pequenas árvores, lindas e maravilhosas, como sempre foram, podem crescer tranquilas em direção ao céu. Crianças de menos de doze anos não podem crescer; sequer sonhar com a esperança de um céu. Onde? Quando?

O GÊNERO POÉTICO


O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos


(Manoel de Barros)



MINHA CIDADE

Goiás, minha cidade...
Eu sou aquela amorosa
de tuas ruas estreitas,
curtas,
indecisas,
entrando,
saindo
uma das outras.
Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.

Eu sou aquela mulher
que ficou velha,
esquecida,
nos teus larguinhos e nos teus becos tristes,
contando estórias,
fazendo adivinhação.
Cantando teu passado.
Cantando teu futuro.
Eu vivo nas tuas igrejas
e sobrados
e telhados
e paredes.

Eu sou aquele teu velho muro
verde de avencas
onde se debruça
um antigo jasmineiro,
cheiroso
na ruinha pobre e suja.
Eu sou estas casas
encostadas
cochichando umas com as outras.
Eu sou a ramada
dessas árvores,
sem nome e sem valia,
sem flores e sem frutos,
de que gostam
a gente cansada e os pássaros vadios.

Eu sou o caule
dessas trepadeiras sem classe,
nascidas na frincha das pedras:
Bravias.
Renitentes.
Indomáveis.
Cortadas.
Maltratadas.
Pisadas.
E renascendo.

Eu sou a dureza desses morros,
revestidos,
enflorados,
lascados a machado,
lanhados, lacerados.
Queimados pelo fogo.
Pastados.
Calcinados
e renascidos.
Minha vida,
meus sentidos,
minha estética,
todas as virações
de minha sensibilidade de mulher,
têm, aqui, suas raízes.

Eu sou a menina feia
da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.
(Cora Coralina)


TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA


TEMAS SOBRE ANIMAIS EM EXTINÇÃO:

ESTRUTURA DO  GÊNERO TEXTUAL: 

Texto de divulgação científica – é um gênero discursivo que transpõe um discurso específico de uma esfera do campo científico para a comunidade em geral, ou seja, é por meio do texto de divulgação científica que a sociedade entra em contato com as pesquisas que estão sendo realizadas, ou que estão em andamento, em linguagem acessível.  A popularização da ciência tem sido considerada também como um instrumento para tornar disponíveis conhecimentos e tecnologias que possam ajudar a melhorar a vida das pessoas e dar suporte a desenvolvimentos econômicos e sociais sustentáveis.  


Características de um texto de divulgação científica 
-          texto expositivo;
-          finalidade: transmitir conhecimentos de natureza científica a um público o mais amplo possível;
-           estrutura:  ideia principal (afirmação, conceito) / desenvolvido por meio de provas (exemplos, comparações, relações de efeito e causa, resultados de experiências, dados estatísticos) / conclusão.  Assim,   como se trata de um texto de exposição de ideias, normalmente ele se constitui de uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
-           linguagem clara, objetiva e geralmente impessoal;
-           emprega a variedade padrão da língua com a presença de termos e conceitos científicos de uma ou mais áreas do conhecimento, verbos predominantemente no presente do indicativo;

FONTES:
https://atividadeslinguaportuguesamarcia.blogspot.com.br/2013/04/texto-de-divulgacao-cientifica.html

http://ossamigadoplaneta.blogspot.com.br/2010/05/porque-as-estrelas-brilham.html

REVISTAS CIENTÍFICAS:
http://revistagalileu.globo.com/
http://super.abril.com.br/historia/galileu-galilei/

BOA PESQUISA!


domingo, 4 de junho de 2017


"Orgulho Machadiano”

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente à intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.

É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, embora esteja previsto na Constituição o princípio da isonomia, no qual todos devem ser tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade religiosa para externar ofensas e excluir socialmente pessoas de religiões diferentes.

Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima de discriminação, destacando-se o preconceito religioso como o principal impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, a continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmitido de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de preconceito, perpetuando o problema no Brasil.

Infere-se, portanto, que a intolerância religiosa é um mal para a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Federal construir delegacias especializadas em crimes de ódio contra religião, a fim de atenuar a prática do preconceito na sociedade, além de aumentar a pena para quem o praticar. Ainda cabe à escola criar palestras sobre as religiões e suas histórias, visando a informar crianças e jovens sobre as diferenças religiosas no país, diminuindo, assim, o preconceito religioso. Ademais, a sociedade deve se mobilizar em redes sociais, com o intuito de conscientizar a população sobre os males da intolerância religiosa. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, e criar um legado de que “Brás Cubas pudesse se orgulhar."

TAREFA: Extraia o projeto de texto de exemplo. Siga o modelo apresentado em sala.

Por: Larissa Cristine Ferreira, 20 anos (Enem 2016)