quarta-feira, 6 de julho de 2011



O mal do século


Ao longo do tempo a sociedade tem sofrido diversas mutações e, consequentemente, impulsionado a economia ao mesmo processo, visto que esta sempre buscou equivalência em relação àquela. Resultado disso foi o advento do Capitalismo, e com ele o culto à competição, exploração de uns pelos outros e a um individualismo ferrenho, que culminaram em um berço de mazelas sociais; berço do consumismo.

Caracterizado pela aquisição indiscriminada de produtos das mais variadas espécies, o consumismo se espalhou como uma doença pelo mundo, da qual nem mesmo aqueles que o cultivam - os altos executivos e empresários que regem o Capitalismo - escaparam; tornaram-se vítimas daquilo que cultuam; lançaram o vírus, mas se deixaram contaminar.

Como se isso não fosse suficiente, os meios de comunicação ainda atuam como "agentes" do Capitalismo, difundindo propagandas, estimulando o consumo e "pregando" a necessidade de comprar para alcançar a satisfação pessoal e a felicidade. E o público, facilmente manipulável, age consoante às normas da mídia.

Ocorre que o ser humano, em seu egocentrismo e competitividade, não se importa com mais nada além de alcançar a própria satisfação, por isso busca no consumo uma fonte de prazer - para suprir o vazio interior que o corrói - e de realização, pois no meio social as pessoas passaram a valer pelo que possuem.

O mais alarmante, entretanto, não se constitui em nenhum dos infindos problemas sociais gerados, mas no reflexo produzido no meio ambiente. Caso o consumismo se prolifere a todas as áreas do mundo e consiga alcançar níveis semelhantes aos que se encontram nos Estados Unidos e Europa Ocidental, a atividade industrial gerada, a gigantesca quantidade de matéria-prima consumida e o montante de lixo produzido tornar-se-ão tamanhos que o planeta não conseguirá manter a normalidade, entrará em colapso.

A sociedade tem de repensar seus atos e concepções, a fim de perceber o quão fútil é o ato de comprar por comprar; a "alegria" em tal ato é tão ínfima que, no momento em que se deixa a loja ou estabelecimento, a euforia já se esvaiu, pois não passa de ilusão. Essa é a ideologia a que se deve aderir e disseminar para reverter tal quadro, quebrar esse ciclo, e ensinar as futuras gerações a aproveitar as vantagens que o desenvolvimento lhes oferece, sem se deixarem corromper, sem buscarem no consumo a válvula de escape para o estresse e a insatisfação pessoal a que o mundo moderno lhes impõe.



Infindável busca

O conhecimento humano tem sido moldado incessantemente desde a Antiguidade. Constitui-se em um tecer constante e interminável, o qual sempre necessita de aparos, emendas e arremates. Um tecer que se iniciou a partir da ruptura da associação entre religião e explicação dos fenômenos naturais.

A curiosidade foi o fator determinante para a execução de tal ruptura, advindo da recusa, por parte de alguns homens, aos mitos e crenças incutidos à sociedade. Esses homens elaboraram, através de constante observação da natureza e indagação crítica, teorias que, apesar de incompletas e, por vezes, errôneas, serviram de base e estímulo ao pensamento racional do qual proviriam as ciências.

Os pré-socráticos, ou físicos, como foram também denominados por buscarem e proporem a physis – a gênese de tudo - foram os precursores de tal pensamento. As teorias - de Tales de Mileto de que a água é a origem e matriz de todas as coisas; de Heráclito, com a afirmação de que a realidade é resultado da tensão contínua da luta dos opostos, até Leucipo e Demócrito que acabaram por formular a primeira teoria da Atomística - foram de uma importância enorme para a evolução da humanidade, por rasgaram o véu mítico que mantinha o homem na ignorância e permitirem às gerações seguintes perceber o mundo sob uma nova perspectiva.

Enfim, “o que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano”. Essa afirmação de Newton ilustra acertadamente que sabemos pouco e que a natureza é complexa, talvez até demais para a compreensão humana. Mas a atitude dos filósofos físicos é prova de que o homem tende, invariavelmente, à investigação constante e interminável em busca do saber.



Sucesso profissional

Sentado, na antessala de um escritório, o nervosismo à flor da pele, quase se externando num leve trepidar, a difícil tentativa de manter-se calmo. É assim que todos imaginam como devem se sentir o recém-integrante do mercado de trabalho, prestes a iniciar uma entrevista de emprego. A insegurança está sempre presente, postada sobre os ombros de todo profissional iniciante.

Em uma época em que o conhecimento é tão mutável, porque a cada dia novas descobertas são acrescentadas aos mais variados assuntos, o acúmulo e memorização de dados, ainda, não deixaram de ser cobrados. Novas aptidões estão em pauta, no entanto, aquele que as detém logo se destaca. Todavia, as habilidades sociais são hoje as mais importantes para qualquer profissional.

Dentre elas, a flexibilidade costuma ser apontada como a principal. Mudar de ideia não é um problema, o crime é demorar a fazer isso. Isso ocorre porque a ideia da flexibilidade é cada vez mais preponderante para que se possa saber como usar o conhecimento de forma efetiva na organização do cotidiano. O nível da habilidade de comunicação do candidato a um emprego, principalmente no ramo empresarial, também é avaliada, como por exemplo, saber falar, franca e convincentemente, gerando impacto e interesse a chefes, subordinados, clientes e fornecedores. Tão ou mais importante ainda é a comunicação não-verbal, para criar empatia.

Iniciativa e busca por constante aprendizado completam a ficha do candidato ideal: identificar e superar obstáculos de forma proativa, além de ter sede de conhecimento e buscar sempre o seu melhor. Além disso, capacidade de trabalhar em equipe, colaborando de forma a buscar as melhores soluções para as necessidades da empresa é mais do que importante, e aqueles que o sabem fazer bem são os que crescem mais rapidamente. Otimismo, compromisso e vocação são outras habilidades solicitadas nos mais variados setores de empregos.

São muitas as exigências no tão concorrido mercado de trabalho do século XXI, e possuir todas constituem em um feito praticamente impossível. Mas não é essa a questão, afinal ninguém é perfeito. Possuir algumas dessas habilidades, sabendo bem utilizá-las, em conjunto com autoconfiança e esforço, poderá ser a chave para o tão sonhado sucesso profissional.

Por Breno Jorge Félix (escritor no Curso de Redação do Morenão).


OBS.: O primeiro texto possui uma boa dose de análise crítica sobre as causas e efeitos do "consumismo" desenfreado. Discute se este traz ou não felicidade. Parabéns ao Breno mais uma vez!

Além desse texto,  optamos por colocar mais dois do autor para evidenciar a qualidade dos textos dele. Veja, que, no último, ele decide contextualizar o assunto a partir de um fato narrativo que dá ao texto um toque de originalidade. Parabéns!

Está aí o resultado de quem escreve com alma, com dedicação não vista com tanta frequência entre nossos alunos que escrevem textos!

Prof. Delinha, Daniela Loureiro e Eva de Mercedes

Um comentário:

  1. No segundo parágrafo do terceiro texto, faltou a conjunção na oração "Novas aptidões estão em pauta, no entanto, E aquele que as detém logo se destaca".

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