Pisa 2009: Brasil está entre os países que mais evoluíram na educação, mas ainda ocupa as últimas posições no ranking internacional
RIO e BRASÍLIA - O Brasil está entre os três países que mais evoluíram na educação nesta década. A informação foi divulgada, nesta terça-feira, em Paris, pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tornou público o resultado do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos 2009 (Pisa). Mas o estudo também revela que, mesmo com os avanços demonstrados, o país ainda amarga as últimas posições no ranking mundial.
A educação brasileira evoluiu 33 pontos entre os exames do Pisa de 2000 e 2009. Resultado superior foi obtido apenas pelo Chile, que teve um salto de 37 pontos, e por Luxemburgo, que cresceu 38 pontos. No ano 2000, a média brasileira era de 368 pontos, contra os 401 pontos registrados em 2009.
Apesar da melhora na participação, o Brasil ainda ocupa o 53º lugar no ranking geral, num total de 65 países que fizeram o exame. Os alunos brasileiros ficaram em 53º em ciências e leitura (superando Argentina, Panamá e Peru na América Latina, mas atrás de Chile, Uruguai, México e Colômbia) e em 57º em matemática.
No ranking geral dos países avaliados na América Latina, o Brasil fica à frente de Argentina e Colômbia, mas aparece 19 pontos atrás do México (49º), 26 pontos do Uruguai (47º) e 38 do Chile (45º).
Foram avaliados os processos educativos em 65 países, 34 deles da OCDE. Vinte mil estudantes brasileiros nascidos em 1993 responderam às provas de leitura, matemática e ciências.
Na avaliação Pisa feita por estados, o mais bem avaliado foi o Distrito Federal, seguido por Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás, todos com média superior à média nacional. Os resultados confirmam o que as avaliações internas já indicam há bastante tempo: o desempenho dos alunos da rede pública é inferior ao de estudantes de instituições privadas. Enquanto a média alcançada por eles em escolas particulares foi de 502 pontos, nas públicas foi de 387 pontos.
Na média nacional, o Brasil cresceu, sobretudo, em matemática, em que passou de 334 pontos no ano 2000, para 386 pontos em 2009; em ciências passou de 375 para 405 e, em leitura, de 396 para 412. A meta do Plano de Desenvolvimento da Educação, traçada, lançado em 2007, era de atingir pelo menos 395 pontos de média nas três matérias.
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a valorização do professor deve ser um dos focos de ação nos próximos anos:
“A remuneração dos professores no Brasil tem que fazer o país reconhecer que dificilmente vamos chegar às metas de 2021 sem enfrentar essa questão de maneira decisiva. Nenhum país de alto desempenho educacional paga aos seus professores um salário menor do que a média das outras profissões de nível superior. No Brasil, o salário do professor é 40% menor” - comparou.
Além do investimento nos docentes - tanto na formação quanto na remuneração - o ministro destaca a necessidade de ampliação da pré-escola. Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) aprovada, neste ano, determina que, até 2016, todas as crianças deverão estar matriculadas, na escola, a partir dos 4 anos de idade – hoje, a obrigatoriedade é a partir dos 6.
- Já está provado que a pré-escola tem impacto importante no desempenho dos alunos quando eles chegam ao ensino fundamental. A ampliação da obrigatoriedade vai atender as camadas mais pobres, sobretudo do Nordeste, e isso vai impactar o desempenho dos alunos – avaliou.
Vejamos a colocação dos Estados brasileiros na avaliação:
Publicada em 07/12/2010 às 11h09min
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