segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Amazônia


Localização, tamanho e clima

A Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha equatorial e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa cerca de 2/5 do continente e mais da metade do Brasil. Inclui 9 países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A Amazônia brasileira compreende 3.581 Km2, o que equivale a 42,07% do país. A chamada Amazônia Legal é maior ainda, cobrindo 60% do território em um total de cinco milhões de Km2. Ela abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, oeste do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Roraima e Tocantins.

O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o ano, em torno de 26ºC.

É muito comum na região, os períodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos.

A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e é recoberta pela maior floresta equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das reservas florestais da Terra.

Apesar de ser o maior estado brasileiro (Amazonas), possui a menor densidade demográfica humana, com menos de 10% da população do país, 7.652.500 habitantes.


Meios de transportes e Zona Franca

O transporte fluvial é ainda o mais importante, mas começa a ser complementado pelas rodovias federais, como a Transamazônica, a Belém - Brasília e a Manaus - Porto Velho. O aeroporto de Manaus tornou-se um dos principais do país em volume de carga embarcada, sendo utilizado para o escoamento da produção das indústrias eletrônicas da Zona Franca, estabelecida em 1967como área livre de importação e exportação. Nessa área, as mercadorias procedentes do exterior não pagam impostos de importação, quando se destinam ao consumo local, às indústrias da região, ou à reestocagem para reexportação.


Economia

A economia é dominada pelo extrativismo vegetal, exercido sobre uma flora com enorme variedade de espécies. Além da seringueira e do caucho, de onde se extrai a borracha, são coletadas a castanha-do-pará, vários tipos de madeira, gomas, guaraná, babaçu, malva e muitas outras. O extrativismo mineral, de gemas e pedras preciosas começa a assumir maior importância, já que a região possui inúmeros recursos, até hoje pouco explorados: ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá e no Amazonas; sal-gema no Amazonas e no Pará; manganês no Amapá (serra do Navio), no Pará e no Amazonas; bauxita no Pará (Oriximiná, no rio Trombetas, e em Tucuruí), além de calcário, cassiterita, linhita, gipsita, cobre, estanho, chumbo, caulim, diamante e níquel.

Na agricultura, as principais lavouras são as de juta, pimenta-do-reino, arroz, milho, cacau e mandioca. A criação de gado bovino concentra-se na região de Marajó, nos arredores de Porto Velho (Roraima), no Amapá e no norte dos Estados de Tocantins e Mato Grosso. A pesca do pirarucu e de outros peixes serve ao consumo local. Várias hidrelétricas, como as de Tucuruí, no rio Tocantins, no Estado do Pará, e a de Balbina, no Estado do Amazonas, próxima de Manaus, foram construídas.


Desmatamento da Floresta Amazônica

A Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, a área total vítima do desmatamento da floresta corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano. Com esse processo, diversas espécies, muitas delas nem sequer identificadas pelo homem, desapareceram da Amazônia. Sobretudo a partir de 1988, desencadeou-se uma discussão internacional a respeito do papel da Amazônia no equilíbrio da biosfera e das consequências da devastação que, segundo os especialistas, pode inclusive alterar o clima da Terra.


Povos primitivos

A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos, dezenas de tribos que espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. As características do clima e do solo da região amazônica, pouco propícias à conservação de materiais, não deixaram muitos vestígios sobre a vida dos povos pré-colombianos. Mas o patrimônio arqueológico é precioso, com registros que chegam a 10.000 a.C. A riqueza da cerâmica, com suas pinturas elaboradas, demonstra que muitos desses povos atingiram um estágio avançado de organização social, sempre guiados por uma forte relação com a natureza.


Folclore

As origens do folclore da região amazônica se perdem no tempo, mas as raízes negras, indígenas e africanas continuam presentes e são encontradas em diversas manifestações culturais, mostrando influência de todos esses povos, transformada em rituais próprios e característicos da região. Na dança, na música como o carimbó, marabaixo e o boi-bumbá.

Tribos Indígenas:

· Arara

· Bororo

· Gavião

· Katukina

· Kayapó

· Kulína

· Marubo

· Sateré – Mawé

· Tenharim

· Tikuna

· Tukâno

· Wai-Wai

· Yanomami


Chuvas e inundações na bacia amazônica

A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isso significa que durante metade do tempo, grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2.


Rio Amazonas

Em 1541, o espanhol Francisco de Orellana e seus homens navegavam no rio Napo (que desemboca em outro rio maior), a leste dos Andes. Passaram-se meses, e era incontável o número de afluentes que engrossavam as águas do imenso rio. A certa altura, a embarcação é atacada por um grupo de indígenas, que disparam flechas envenenadas. Orellana dá ordem para seus homens desviarem o barco, afastando-o do alcance dos índios. Após safar-se do perigo, Orellana, impressionado com o aspecto dos indígenas, que acredita serem mulheres, lembra-se das Amazonas - as guerreiras da mitologia grega - e batiza o rio que passa a se chamar rio das Amazonas.

O rio Amazonas começa no Peru, na confluência dos rios Ucayali e Maranõn. Entra no Brasil com o nome de Solimões e passa a chamar-se Amazonas quando recebe as águas do rio Negro, no interior do Estado do Amazonas.

No período das chuvas, os rio chega a crescer 16 metros acima de seu nível normal e inunda vastas extensões da planície, arrastando consigo terras e trechos da floresta. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo frequentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.

O rio Amazonas conta com mais de 1.000 afluentes e é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20% de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo). Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros.

O rio Amazonas disputa com o Nilo o título de maior rio do mundo, mas é imbatível em volume d'água. Recebe cerca de 200.00 Km2 água por segundo e, em alguns pontos, o rio é tão largo que não dá para ver a outra margem.


Pororoca

Na foz do rio Amazonas, quando a maré sobe, ocorrem choques de águas, elevando vagalhões que podem ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de distância, é a pororoca.

O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m e avança rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio.

No dialeto indígena do baixo Amazonas o fenômeno da pororoca tem o seu significado exato, poroc-poroc, que significa destruidor. Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. Acontece nos estuários rasos de todos rios que desembocam no golfo amazônico e no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá, e também nos rios Sena e Ganges.


Rio Negro

Suas águas são mesmo muito escuras. Isso acontece por causa da decomposição da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pelas inundações. Como a água é muito ácida e pobre em nutrientes, é este processo que garante a maior parte dos alimentos consumidos pela fauna aquática.


Rio Solimões

Quando o rio Solimões se encontra com o Negro (ganhando o nome de rio Amazonas), ele fica bicolor. Isso acontece por que as águas, com cores contrastantes, percorrem vários quilômetros sem se misturar.


(FONTE: http://www.webciencia.com/17_intro.htm)

domingo, 8 de agosto de 2010

Depoimento ilustrativo do amor aos livros

"Sou grato pelo acesso que sempre tive a bons livros, desde criança. Amo livros pelo que trazem em expansão de conhecimento e troca universal de idéias. Admiro as linguagens que expressam essas idéias e o suporte em que trafegam, o livro em seu aspecto físico, capaz de gerar uma atração que não difere da que se tem em relação ao design e a tecnologia de um iPod hoje em dia.

Há algo de apaixonante na percepção sensorial desse cubo tridimensional de papel que leva a uma quarta dimensão, do tempo impresso nas páginas. Livros, com volume, textura, cheiro, formas, cores, beleza, linguagem - e significado! - talvez não farão mais diferença no dia em que todas as informações trafegarem por telas ainda não imaginadas, ou chegarem diretamente ao cérebro.

Um conto fantástico de Cortazar, dos anos 70, fala sobre o momento em que há tanta gente no mundo escrevendo e publicando que os continentes regurgitam montanhas de livros, transformando os mares em uma pasta de papel que seca ao sol, fazendo encalhar os navios. Meu filho Rudah o interpretou como uma premonição da internet de hoje, um ambiente em que todos são virtualmente autores.

Para além de outra imagem do conto de Cortazar, a do fim do mundo, não veremos tão cedo o fim do livro. Nenhum especialista em tecnologia prevê o fim do fogo, da roda ou do alfabeto, embora sempre haja alguém predizendo a extinção do livro, lembra-nos Gabriel Zaid, em Livros Demais!, leitura sugerida pelo amigo livreiro Piassa. O que importa é que circulem bons títulos, que ajudem a formar seres humanos autônomos e livres.

Sou apaixonado por livros à moda antiga. Por isso, me emocionei quando vi pela primeira vez a nova Livraria Cultura, em São Paulo, uma das melhores grandes livrarias do mundo, que me pareceu uma espécie de templo, lotado de gente folheando e comprando livros. É emocionante ver algo assim num país em que se lê tão pouco. No Brasil a média é de 1,21 livro por habitante alfabetizado a cada ano. Quase nada. Sendo um país com péssima educação, temos sido também um país de não-leitores.

Se parece exagerado dizer que com educação tudo virá, a verdade é que sem educação não virá nada. Sem esse acesso, numa ponta, e na outra, sem o conhecimento e a capacidade de desenvolver tecnologias mais avançadas, não construiremos uma economia mais rica, justa e inclusiva.

Nós não aprendemos a ler, escrever e pensar melhor porque somos pobres ou somos e continuaremos pobres justamente por não sermos leitores? O que nos custa mais caro, combater a ignorância ou mantê-la? Seremos para sempre a grande plantation contratada para comerciar os recursos naturais até sua exaustão? Se há uma bandeira prioritária para construir um futuro sustentável, que seja em favor da educação básica, do acesso à leitura e à escrita. O que podemos fazer, imediatamente, para melhorar as bibliotecas e escolas?

Amar verdadeiramente os livros talvez signifique assumir algum compromisso para que os brasileiros que nascem e crescem neste momento tenham a oportunidade de amar livros também."

Caco de Paula, jornalista, é coordenador e conselheiro do Planeta Sustentável

(FONTE: http://planetasustentavel.abril.com.br)

sábado, 7 de agosto de 2010

Inglês que danificou manuscrito de Shakespeare pega 8 anos

LONDRES (AFP) - Um homem que danificou intencionalmente um manuscrito original do dramaturgo William Shakespeare foi condenado nesta segunda-feira a oito anos de prisão por um tribunal britânico.

Raymond Scott, de 53 anos, foi declarado culpado por um tribunal de Newcastle (nordeste da Inglaterra) no início de julho por ocultar um objeto roubado e de tê-lo tirado do território britânico, mas foi declarado inocente do roubo da obra da Universidade de Durham, em 1988.

Segundo o promotro Robert Smith, Scott rasgou a encadernação, a capa e as páginas do manuscrito que data de 1623, dizendo que o havia encontrado em Cuba.

O valor do livro danificado é de 1,2 milhão de dólares.

Quando anunciou a sentença, o juiz Richard Lowden classificou Raymond Scott de praticar "vandalismo cultural de um tesouro" da Inglaterra.

Liveiro desempregado, Scott foi detido em 2008, em Washington, quando apresentava o manuscrito danificado em uma biblioteca, a Folger Shakespeare Library, para pedir que verificassem sua autenticidade na intenção de posteriormente vendê-lo.

Os funcionários da biblioteca suspeitaram que o manuscrito havia sido roubado e alertaram às autoridades.

Fonte: AFP